sábado, 26 de fevereiro de 2011

Solidão

   Olhar para o vago, a expressão vazia. Pensamentos torpes vem e vão na mente, assolam a pouca humanidade que nos resta na infernal solidão. Essa angústia momentânea às vezes é sem lógica, ridícula, sem um estopim para começar. Não é como explosivos programados para detonar,é como um vulcão dormente: nunca sabemos quando vai explodir.
   O olhar além da janela, para o horizonte que se faz belo (ou não)  a nossa frente, é ao mesmo tempo perceber que atrás da mesma, onde se esconde na sua opinião o pior dos seres humanos -você mesmo- , é tão sombrio quanto a pior das noites de inverno: Triste e sem vida; escuro, sem uma única luz pra iluminar nossos pensamentos e ideias. O véu da noite escura cobre nossa visão e a deixa tão sombria quanto a morte. E nessas horas vem o pensamento inútil: Como posso saber isso se nem sequer conheço a morte? Se não sabe,pergunte como é para a solidão que te devora por fora e por dentro, ela saberá te dizer, mais pefeitamente que o próprio anjo macabro.
Ah, a solidão, ciência dos sábios, inferno dos fracos de pensamento. Quem tem o que pensar não fica só. Mas o martírio é quando a solidão é tamanha que te impede de pensar. Como diria os antigos, "aí o bicho atenta". Esse fim agonizante de sonhos é tão horrendo que é capaz até mesmo de exterminar com nossas ocupações.
   Maldita destruidora de almas. Quantos já não estão mortos por ela? Mas enquanto ainda temos um pouco de juízo, algum resto de amor próprio, tentaremos driblá-la. Não sem antes tê-la ao nosso lado por mais inúmeras vezes, olhando o horizonte, e achando que nada é certo. Aliás, tudo é certo, nós é que somos os incorretos, ou melhor, nós somos a incógnita de uma enorme equação de grau avançado chamada VIDA. Só não sei se para essa propriedade algébrica existe um valor exato de X.