sábado, 1 de outubro de 2011

"...E que fique muito mal explicado. Não faço força para ser entendido. Quem faz sentido é soldado..."
                                                                                                                                         Mário Quintana

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

E não, nada por acaso

   E não por acaso que ocorre, dispara, continua. E não por mera coincidência que se repete, se ausenta, se firma. Não coloco um "E sim pois", porque tais fatos não exigem plena explição, assim como o ser e o existir. Fica sim cansativo, melodramático, um jeito não tão belo de se retratar fatos cotidianos. Mas exaltá-los, torná-los belos, não faz parte do meu ser. Não que para mim tais eventos remetam tal característica. Mas é do ser. Portanto, sem explicação.
   Fatos consumados de um dia, são bons meios de transporte para o sono. São ótimas ilustrações de nós, ótimos exemplos para o dia depois de amanhã. As músicas que hoje ouvi ficarão na memória, martelando com sua melodia prazerosa e letra não tão beatificada.
   Um livro que leio por obrigação, retoma uma atitude inquietante, incomplacente. Uma ideia desfavorável a um efusivo e desonesto futuro que persigo persuade o meu consciente, inconscientemente. Entro em contradição. Normal. Minha contradição se contradiz. Algo também que faz parte do ser, portanto, inexplicável.
   E ao mesmo tempo uma expressiva alegria, daquelas que vem e vão sem motivo. Novamente, faz parte do ser. E ela se contradiz no pensamento, na caminhada, na música, no meu quarto, no olhar pela janela, na expressão, no texto. E também no enfim.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Dia (in)comum do pretérito imperfeito

   Vai sem pressa, passa a soleira da porta. Caminha devagar, ansioso em encontrar seu destino. Pega a estrada, rumo ao horizonte, não sabendo mais agora se tem pressa ou não. Coloca os fones no ouvido, e põe-se a andejar para um novo agora, atualizado em cinco minutos.
   Vai andando e vendo a sua volta, tudo o que possa captar. Estradinha longa, bela até. Uma música não acompanha um único pensamento: a filarmônica muda, a inércia é inexistente no inconstante. Um sorriso, uma cara emburrada. O sol vem do oeste, ruma, passa por cima, vai além d'este.
   Uma ponte no meio do caminho. Até a bendita pedra de Drummond - mas sim, irrelevante. chutou-a. Sob a ponte, um rio terno. Para que corredeiras? Deixe. Vem uma música conhecida, decorada. O som aumenta. Uma capelinha beirando a estrada, e o pensamento se vai nas ondas eletromagnéticas. Sim, só lembrou delas porque são matéria de prova. E porque elas aqui cabem? E porque a estrada? Porque logo à frente um abismo. Fundo, corriqueiro. Mas, porém, contudo, entretanto, todavia, no entanto, não obstante, senão, não por comodismo mais por praticidade, uma escada há. E se vai. Até que avista uma bifurcação, um trevo, dois entroncamentos, uma rotatória, e avista uma rua conhecida. Anda um pouco, pega as chaves, abre o portão. Entra. Acabou? Pequeno fragmento de um dia inconstante, frenético, ótimo, abalável. Subtítulo: Eu.
                                                                                                                                    Pedro E.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Classificação do sujeito

Não me classifico doido, daqueles que tenham que se amarrar com camisa de força, joguem pedras, façam alucinantes aventuras atrás de um pouco de sossego e paz. Ou sim?
Talvez não com camisa de força. Correntes já bastam! Bastam mesmo?

sábado, 13 de agosto de 2011

Tudo

Parece que o tempo não passa. Aliás, passa sim, e muito rápido. Mas não digo tempo cronológico Verum Factum. Digo o meu tempo, os meus acontecimentos, minhas realidades. Tudo se torna tão presente, tão aqui, ao lado. O tudo, aquilo que eu não queria mais ter comigo. Aliás, sim queria. Mas as condições naturais do ser e do existir não permitem. Me faz bem e mal esse tudo.  
   Tudo de realidades, tudo de incertezas. Tudo de arrependimentos. Não que seja lamentar-se, mas o peso de consciência é fantasma imperscrutável. O tudo desaba a cada momento. Mas é condição. é consequência. É ser.
   E porque nada volta atrás. E porque a saudade dói demais. E porque o desejo de inventar falsas "modas pessoais" é grande. E porque o querer  ter de novo se faz presente assombravelmente, incontestavelmente, detestavelmente, amavelmente. Na dúvida, na certeza, na falta, na criação. Na vontade, no desejo, na ância. Na esperança. Ou quem sabe, no horizonte.                                                                                                                
                                                                                                                                   Pedro E.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Simplesmente

   Não, nada extraordinário. Meu quarto e sua desarrumação habitual; os livros na estante; o navio no canto da prateleira; o porta-retrato no mesmo cantinho, ali na parede; os fones tocando rock. Não no marasmo do cotidiano, mas de um jeito mais prático, tipicamente meu. Sem poesia, drama, melancolia ou filosofia. Simplesmente assim. Do meu jeito tranquilo de viver.
                                                                                                                                    
                                                                                                                      Pedro E.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

MEU INTERIOR

   "Se finda mais uma tempestade. Meu mundo volta a seu sutil cotidiano. Não que seja  necessariamente uma rotina, mas uma descoberta inovadora a cada dia de existência. Vivo o que tem para se viver, e não desejo pular uma só lágrima, um só sorriso. Viver sem receio de ser, de dizer. Sem medo, pois seria fraco de minha parte temer meu próprio destino. E continuo. E deixem-me sentir. E permitam-me a paz. Ou melhor, o sossego de uma noite de outono."
                                                                                                                      Pedro E.