domingo, 5 de dezembro de 2010

Cemitério de desilusões

Ah, a dura rotina da vida. Tão fria, gélida. Sempre que paramos pra refletir, por melhor que esteje nossa vida, sempre terá lá no fundo, o lado obscuro da alma. Se fechar é bom, nos acuar. Sentar na beirada da cama, se enrolar no cobertor e pensar que estamos protegidos de todo mal. Tolice. Protegidos no inconsciente, por que na realidade, um tiro de qualquer coisa já faz um estrago tamanho. Bobagem. Essa é a realidade dos nossos corações, vivos ou mortos. Fazer o que, essa é a rotina do ser vivente: Amar, desgostar. E logo em seguida, ver as trevas, o lago profundo e escuro do esquecimento. A solidão extrema, o triste fim da boa humanidade.
No vale negro e sombrio, um som se faz ouvir. É a marcha fúnebre tocada per aqueles que um dia já estiveram na mesma situação. É a marcha do fim da minha consciência. Mas não, ela não vai ser enterrada. Só esquecida em um emaranhado de dúvidas, sonhos perdidos, fracassos. No cemitério de sentimentos secos e mortos, que esta repleto de covas novas, com a terra revolvida a pouco, porque a pouco foi enterrado mais um frenético cadáver. Também possui covas abertas, pois é tão tola a minha mente, que antes que aconteça já sabe que mais um sentimento será enterrado. E como fica um cemitério cheio e antigo? Fácil responder: com ossos por todos os lados, com a terra já sem utilidade. Resquícios de velas pelo chão, folhas e flores secas correndo sobre as lápides. As coroas de flores inúteis agora só servem para dar um toque macabro em torno das cruzes tortas.
É estranho; estranho e ao mesmo tempo conveniente pensar que minha mente é ao mesmo tempo um cemitério. E novo pra mim, antigo para a alma. Mas e você deve estar se perguntando: E o vale negro? Ah, pergunte a minha humanidade, ela mesmo dirá quem ela é!
Tudo se concreta quanto retomo isso tudo. Quando volvo meu olhar para para o vago e me afogo no mar das desilusões.Mas desse momento só tiro uma coisa: lutar pra tentar se recuperar das teias que te prendem a obscuridade da própria mente humana.

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